Bem vindos!

Esse blog destina-se a dividir experiências e conhecimentos através do andamento dos aquários e de artigos. O detalhamento da informação sobre montagem e manutenção, definindo as metas, resolvendo os contratempos e indicando soluções fazem desse blog um universo de interação com os visitantes que possuem ou pretendem ter aquários ou peixes semelhantes.
A participação através de comentários é muito bem vinda e torna às atualizações mais próximas aos anseios dos visitantes.


Faço parte do GCAQUA (Grupo Carioca de Aquapaisagismo)
Grupo do Rio de Janeiro voltado a competições no âmbito do aquapaisagismo.

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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Montagem do Móvel


- O Móvel
No caso do Saiko fiquei em dúvida entre móvel ou alvenaria. Estudei as formas e madeiras que poderiam ser usados para suportar mais de 1,4 tonelada e optei por usar caibros. São 14 caibros na vertical (colunas) utilizados para distribuir e sustentar a base superior.

Toda a estrutura feita com caibro emparelhado de Maçaramduba, a base do aquário com Compensado Virola Naval de 18mm, portas Compensado Virola Naval 15mm, sem cola e prego; apenas parafusos e barras roscadas. (é desmontável)
Detalhes do travamento com rebaixo para evitar "Balanços" e o travamento com parafuso francês bicromatizado (falta cortar)

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Detalhe das travas transversair com barra roscada de 5/16" embutida na maçaranduba.

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As travas acima foram perguradas por broca e em sua lateral por tupia, pois precisaria de uma broca longa com 63cm, o que ao meu ver é fora dos padrões e, praticamente impossível de se encontrar.

A parte da frente e de trás... já montadas (armações):
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Montagem do "esqueleto":
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Móvel já com completo, mas sem acabamento:

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Painel elétrico:

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Início do acamento. Portas e móvel sendo selado com Seladora Extra e encerado na "boneca" (estopa de algodão). A cera foi feita artesanalmente com gasolina, cera de carnaúba, parafina e cera de abelha. A tonalidade foi alcançada com Xadrez em pó Vermelho e Marrom.

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Lustrado por completo e puxadores em aço inox instalados:

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Furação da base para instalação da tubulação do sump.

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Devido ao comprimento do aquário dividi a tampa em duas, ou seja, são 2 tampas independentes.
O interior foi revestido com fórmica branca que eu tinha sobrando (por isso do remendo em uma delas).

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E, visando tornar mais eficaz a iluminação coloquei chapa de alúmio para refletir a luz:

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Esse móvel me tomou alguns meses para enfim ser concluído, mas até o momento não demonstrou qualquer problema ou fragilidade.

Saiko - Aquário Plantado 900l


Setup:
Flora:

Fauna:




domingo, 23 de dezembro de 2012

A água e seus parâmetros

A qualidade da água.

                O título referente à qualidade da água está intrinsecamente ligado à qualidade de vida dos habitantes do aquário. A água deve estar em condições adequadas aos habitantes, ou seja, um aquário voltado à Acarás Discos, água ácida e mole, não é adequada a peixes de água alcalina e dura, como é o caso dos Ciclídeos Africanos. O habitat natural das espécies nos fornece dados a serem seguidos para criarmos um ambiente "artificial" similar às condições naturais em que nossos animais estariam submetidos na vida selvagem, visto que, a criação de peixes ornamentais nos fornece diferentes espécies de diversos ambientes cujos parâmetros da água são distintos de acordo com cada região.
                Sendo assim, deve-se entender que os parâmetros da água variam de acordo com cada aquário, visando a aproximação das condições mais propícias para fornecermos a melhor qualidade de vida aos habitantes e, assim, controlarmos a água para mantê-los sadios e livres de condições tóxicas ou inadequadas.

PH , KH, GH, CO2

Devemos entender os parâmetros da água para que possamos recriar ou, ao menos, nos aproximar das condições naturais de origem dos peixes.
                O PH (potencial hidrogênico) determina o grau de acidez da água. Entende-se por PH Neutro a medição 7.0 em sua escala, enquanto medições inferiores a 7.0 determinam a água como ácida e superiores como alcalina. Deve-se estudar cada espécie e analisar a compatibilidade com o PH antes de inseri-los no aquário. Algumas espécies vivem em diferentes graus de PH, ou seja, aceitam certa variação sem sofrerem qualquer dano, mas devemos evitar mudanças bruscas do PH frente a alta sensibilidade de algumas espécies a tais alterações.
                É importante salientar que alguns elementos devem ser considerados na montagem do aquário, pois determinados itens de decoração podem ser responsáveis pela alteração indesejável do PH. Dentre os objetos que acidificam a água podemos citar troncos, xaxim e turfa; enquanto os alcalinizantes mais comuns são pedras, conchas e dolamitas.

                Alguns aquaristas encontram dificuldades em estabilizar o PH no grau desejado. Isso ocorre, principalmente, em aquários recentemente montados, onde o ambiente está em transformação em busca de adaptação, sendo normal a oscilação do PH nos primeiros meses até que enfim se estabilize. No entanto, há diversos produtos no mercado voltados à acidificação, alcalinização e até mesmo para a estabilização através de tamponadores (responsáveis pelo efeito "tampão" no PH).

                Outro parâmetro importante é o KH (dureza carbonata da água), pois está diretamente ligada ao PH. Deve-se salientar que quanto menor o grau de KH na água, maior será a variação do PH e, consequentemente, maior será o risco para os habitantes sofrerem com essa oscilação.  O KH é a dureza de carbonatos representada pela quantidade de carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água.
Alguns aquaristas, erroneamente, associam valores altos de KH a valores altos de PH, mas a única relação existente é o efeito de tamponamento que o primeiro exerce sobre o segundo, visto que, o KH mede a capacidade de absorção de ácidos na água.
                Diante do conceito e sua função, surge o questionamento sobre o valor ideal para o KH para manter o PH estável. No entanto, não há como precisar um valor a ser mantido frente a diferentes montagens e necessidades; em geral, entende-se que o valor de KH entre 3-4 é o suficiente para manter o PH estável .

                Diferentemente da dureza específica de carbonatos (KH) há a DUREZA GERAL (GH). A concentração de cálcio, magnésio e outros metais alcalinos são responsáveis pela escala de medição em graus da dureza geral, sendo que cada grau (°DT) corresponde a 10mg desses elementos em um litro de água.
 Quanto maior o grau, mais dura será a água.
Devemos seguir a tabela de concentração de metais alcalinos para determinarmos a dureza da água:

0 a 4° DT
Muito mole
5 a 8° DT
Mole
9 a 12° DT
Média
13 a 18° DT
Dura
Maior que 18° DT
Muito dura

                Para melhor entendermos a função do GH exemplificaremos a necessidade de duas espécies de peixes com necessidades de dureza geral bem distintas:
O Acará Disco de origem da Bacia Amazônia vive em um ambiente cuja água é muito mole e, por esse motivo, devemos criá-los nas mesmas condições. Enquanto, os Ciclídeos Africanos, oriundos do Lago Malawi, vivem em águas extremamente duras, com GH superiores a 18°.

Outro fator importante para aquários plantados ou com plantas é o CO2 que paralelamente as demais necessidades das plantas como iluminação e nutrientes, é fundamental para o crescimento e vida de muitas espécies de plantas subaquáticas. A injeção através de cilindro é a maneira mais fácil e controlada de adicionar CO2 à água, mas devemos nos atentar ao grau de diluição na coluna d'água para evitarmos excesso e, não favorecermos às algas ou até mesmo intoxicarmos os peixes. No entanto, o CO2 pode ser usado para diminuir a propagação de alguns tipos de algas, tal como, a famosa peteca que prefere águas mais oxigenadas e tende a morrer quando condicionada a parâmetros altos de CO2 ou injeções de carbono líquido através de seringa, feito diretamente sobre a alga.



Diante do conceito e da breve explicação de cada parâmetro realizado acima, algumas dúvidas podem surgir e, buscando solucioná-las, selecionamos as duas dúvidas mais comuns e as respondemos sucintamente:

1ª. Como medir o PH, GH, KH e o CO2?
Há no mercado diferentes marcas de produtos destinados a medições no ramo para cada parâmetro. No entanto, no caso do CO2 com uma breve comparação do PH e KH podemos definir seu grau de diluição na água e, para isso, usaremos a seguinte tabela:


2ª. Como alterar esses parâmetros?
O PH pode ser alterado utilizando elementos decorativos que acidificam ou alcalinizam a água, mas há produtos específicos para esse fim de diversas marcas. O CO2 pode ser usado para acidificar a água, mas excessos podem levar os peixes a morte por intoxicação.
O GH e o KH podem ser diminuídos com a troca de água por água de dureza geral e carbonata mais baixa, utilizando xaxim puro ou introduzindo carbonato de cálcio (CaCO3).
Caso pretenda aumentar o KH sem alterar o GH deve adicionar bicarbonato de sódio.
Para alterar o nível de CO2 na água deve-se injetar na CO2 , preferencialmente de cilindro, na água. Há também pastilhas de CO2 e carbono líquido que estão no mercado para substituir ou complementar a injeção, mas em termo de custo e benefício, o recomendado é utilizar o cilindro.
Atenção: toda mudança de parâmetro deve ser feita lentamente para evitar mudanças bruscas e, conseqüentemente, danos aos peixes e plantas.



Vítor Fuziyama